PARA REFLETIR...

"Eu preferiria ser um fracasso em algo que amo, do que um sucesso em algo que odeio."
(George Burns)

domingo, 22 de agosto de 2010

TUDO É UMA QUESTÃO DE ESCOLHA, E "DEMOCRACIA É PRA SE CURTIR".

FIZ O SEGUINTE COMENTÁRIO ACERCA DA MATÉRIA PUBLICA NA REVISTA ÉPOCA (matéria e link abaixo)

Olá,
Sou Professor de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio e respeito a opinião de todos acerca do tema em tela.
Contudo, percebo que ainda há um forte sentimento de preconceito em algumas manifestações sobre os tipos de candidaturas apresentadas na matéria.
Os eleitores têm o direito de escolher e necessariamente não precisam votar neles, mas não podemos usar o livre-arbítrio apenas para opinar de forma preconceituosa o fato destas personagens terem-se candidatados.
De verdade deveríamos condenar alguns nomes que já foram acusados de desvio de verbas públicas, de impobridade adminsitrativa, pedofilia, entre outros.
A esses, deveríamos condenar, mas não a estas figuras.
Se eles têm a obrigação constitucional de votar, podem sem estresses, serem votados!
TUDO É UMA QUESTÃO DE ESCOLHA, E "DEMOCRACIA É PRA SE CURTIR".
Um forte e caloroso abraço.
Prof. Marcos Roberto - Marquinhos
Caraúbas - RN

Uma nova legião de candidatos cômicos
O início do horário eleitoral traz candidatos como Tiririca, que usa o lema "pior que está não fica"
Victor Ferreira com Nelito Fernandes
Filipe Redondo
PIADA ELEITORAL
O cantor Tiririca posa num intervalo da campanha. Ele aposta no deboche para se eleger deputado federal

– Alô, Tiririca? Aqui é o Victor.
– Oi, aqui é o Léo.
– Léo?
– Victor e Léo (uma dupla sertaneja). Hahaha. É o Tiririca, pô.

É com esse tipo de humor que Francisco Everardo Oliveira Silva, o cantor cearense Tiririca, trabalha por uma vaga de deputado federal por São Paulo. Na semana passada, na estreia do horário eleitoral na TV, ele chamou a atenção pelo tom debochado.

“Você sabe o que faz um deputado federal? Eu não sei, mas vote em mim que eu te conto”, diz. Outro de seus bordões é “Vote no Tiririca, pior que tá não fica”. Com eles, o candidato do Partido da República (PR) ficou falado e recebeu 500 mil visitas no YouTube. Tiririca tornou-se conhecido nos anos 1990 com o disco Florentina, que vendeu 1,5 milhão de cópias. Também atuou em programas humorísticos e respondeu processo por racismo por causa de uma música que falava “essa negra fede” e “bicha fedorenta”. Absolvido, quer ir ao Congresso. Embora não defenda nenhuma proposta. “De cabeça, assim, é complicado pra mim falar (sic).” Num vídeo, diz que vai ser deputado para ajudar os mais necessitados, “inclusive a minha família”. Se pudesse, empregaria parentes? “Com certeza. Primeiramente a minha família”, afirma. Tiririca declarou patrimônio zero, mas sua estimativa de gasto na campanha é de R$ 3,5 milhões.

Em 1958, um rinoceronte do zoológico de São Paulo chamado Cacareco recebeu 100 mil votos para vereador. De lá para cá, ele vem dando nome a uma categoria de candidatos na política brasileira. Além de Tiririca, há outros Cacarecos nesta eleição. São famosos ou anônimos dispostos a qualquer coisa para se destacar na multidão. Muitos deles apelam para o humor e para o comportamento jocoso – embora os verdadeiros humoristas, por decisão da Justiça Eleitoral, estejam proibidos de fazer piadas com os candidatos. O cientista político Fábio Wanderley Reis diz que, “até certo ponto”, é natural que partidos convoquem personagens desse naipe para a disputa. Eles atraem votos para a legenda e garantem ao partido uma bancada maior na Câmara. “É um jeito espúrio de obter quadros”, afirma.

‘‘Quero recomendar a Mulher Pêra para o Congresso Nacional’’
EDUARDO SUPLICY, senador (PT-SP)

A banalização do processo eleitoral está enraizada no meio político brasileiro – e conta com suporte mesmo de gente conhecida. A modelo Suellem Aline Mendes Silva, que se apresenta na TV como Mulher Pêra (PTN), ganhou a chancela do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que pede votos para a decotada no YouTube. “Quero recomendar a Mulher Pêra”, diz ele. “É muito importante que possamos ter essa mulher como candidata eleita para o Congresso.” Sério, senador?

No Rio de Janeiro, o ex-jogador Romário concorre a uma vaga de deputado federal e apelou para o corpão. Anda cercado por um grupo de mulatas fornidas que distribuem santinhos com um argumento inusitado: “Vote no Romário porque ele já é rico e não vai roubar”. Pedro Manso, imitador que fez sucesso se apresentando como Faustão, tenta uma vaguinha na Assembleia vestido e falando como... Faustão. “Ô-loco, meu! Pedro Manso para deputado!”. Na linha funk-favela concorre Tati Quebra Barraco, autora do hit “Dako é bom”, que fala numa marca de fogão. Os famosos tentam se eleger apoiados no argumento da fama. O ex-pugilista Maguila diz que vai “lutar em Brasília”. O ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca quer “jogar no time” dos eleitores. Raul Gil tira o chapéu para seu filho, candidato a deputado federal. Os irmãos do grupo KLB defendem “a união da família”. O que promete o estilista Ronaldo Esper? “Agulhar os políticos”...

Fábio Wanderley diz que não é necessário deixar a política apenas aos políticos. Muitos brasileiros já fizeram carreira pública depois de outra profissão. Fernando Henrique Cardoso era professor. Lula, um famoso metalúrgico.“É legítimo que um humorista ou uma modelo se candidatem”, diz ele. “O problema é o discurso infantilizado.”

  Reprodução
“FAUNA”
Alguns dos famosos que tentam usar a fama como trampolim eleitoral. O estilo está enraizado e é bem-aceito entre os políticos tradicionais
FONTE: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI164994-18176,00-UMA+NOVA+LEGIAO+DE+CANDIDATOS+COMICOS.html

Um comentário:

Canindé Costa disse...

Concordo plenamente com o Prof. Marcos quando exalta em seu comentário, a importância da democracia como instrumento de igualdade e representatividade para o povo de qualquer nação.Entendo que em democracia não há uma imposição, e sim uma proposição. Acima de tudo reina - ou pelo menos deve reinar - a livre escolha, conquista maior desse regime.O problema não reside nos candidatos "debochados" mas no cenário político que é, com raríssimas exceções, o próprio deboche.