PARA REFLETIR...

"Eu preferiria ser um fracasso em algo que amo, do que um sucesso em algo que odeio."
(George Burns)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

“O grande papel deste Fórum é reafirmar que este modelo não tem futuro”, garante Sérgio Haddad

Por Brunna Rosa [Quinta-Feira, 29 de Janeiro de 2009 às 07:08hs]
Durante o Fórum Mundial de Educação (FME), Sérgio Haddad, coordenador geral da Ação Educativa e membro da coordenação do Fórum Social Mundial (FSM) falou à Fórum sobre a realização do FME e do FSM em Belém e também comentou a respeito da 6ª Conferência Internacional de Educação para Jovens e Adultos (Confintea). Confira trechos da entrevista. Fórum – Em qual situação retorna o Fórum Social Mundial ao Brasil? Sérgio Haddad – O FSM volta ao Brasil como um evento de uma importância absoluta. Isso porque retorna em plena Amazônia, em meio a uma grave crise econômica e ambiental, com idéias e alternativas para estas questões. Com isso, o FSM volta a ganhar a dimensão que tinha. Além disso, a Amazônia é o local das contradições, é onde se pode visualizar os conflitos deste modelo atual. Ainda sobre a importância deste FSM, ela é tanta que até aos meios de comunicação coorporativos estão mais sensíveis ao Fórum, estão levando a sério o FSM. Também pudera, provamos que estávamos certos, provamos que o que diziam desde o primeiro Fórum, em 2001, que éramos atrasados, é uma grande bobagem. Enquanto eles estavam deslumbrados com o neoliberalismo, nós sabíamos que este sistema é inviável. E nisso também este FSM é vitorioso. Ganhamos o reconhecimento de que este sistema não funciona, que só provoca o desastre ambiental, o consumo pelo consumo, tendo como centro o mercado financeiro. Porém, acredito que ainda não tenha caído a ficha da população mundial, ainda se fala que esta crise “vai passar”. Mais do que nunca o FSM retoma sua natureza de contraponto a Davos. Afinal, foi para isto que ele nasceu e hoje, frente à crise, que é muito mais ampla que a questão financeira, a história demonstra o quanto esta estratégia estava correta. O que terão a dizer aqueles que se sentam no Fórum de Davos? Como explicar o fracasso de suas recomendações frente às profundas conseqüências para a humanidade e o meio ambiente? Fórum – O papel deste FSM é exatamente avaliar a crise? Haddad – Sim, sem dúvida. O grande papel deste Fórum é reafirmar que este modelo não tem futuro, que estamos vivendo uma profunda crise de modelo. Também é reafirmar as alternativas, mostrar ao mundo como modificar este sistema. Os participantes do FSM têm o grande desafio de relacionar a crise socioambiental com a crise financeira, que é produto de um modelo de desenvolvimento que aprofunda as desigualdades sociais e o consumismo desenfreado. Parece-me que tem que ter uma crise para o pessoal repensar a vida, a estrutura, a forma como vive e quem sabe neste momento não conseguimos isto. A crise financeira e a sensibilidade atual para os temas socioambientais apontam para uma oportunidade de aglutinação das forças sociais para pensar e atuar na construção de outro modo de organização da sociedade. Fórum – Quanto ao Fórum Mundial de Educação (FME). Este volta a acontecer paralelamente ao FSM, o que isso interfere de fato em termos de metodologia e impacto do evento? Haddad – Sempre fui contra em realizar um Fórum de Educação porque você acaba entravando a participação dos educadores. Realizar o FME paralelamente e colado a um grande evento significa facilitar a articulação dos educadores. Significa garantir que os profissionais da educação não falem para eles próprios. Nesta edição o FME aconteceu antes do FSM e desta forma estamos garantindo que os educadores, e participantes de uma forma geral, sigam para o FSM, discutam e debatam outras questões. Isso garante que estamos falando e ouvindo outras questões, que podem ou não estar ligadas à educação, porém contribuem substancialmente para os participantes do FME não falarem apenas entre eles. Outro fator inovador desta edição é que vamos retornar ao debate nos últimos dias do FSM. Fórum – Quanto à Conferência Internacional de Educação para Jovens e Adultos é a primeira vez que esta conferência acontece em um país do eixo sul. Qual a importância de acontecer justamente em Belém? Haddad – O Brasil sediará, em maio de 2009, em Belém, a 6ª Conferência Internacional de Educação para Jovens e Adultos (Confintea), que será realizada pela primeira vez na América do Sul, com cerca de 190 delegações de todos os continentes. A conferência ocorre em intervalos de 12 anos e estamos muito felizes que Belém será sede durante os dias. O assunto é marginal dentro da educação e a Confitea propõe e estimula a formulação de políticas para o atendimento de educação e aprendizagem de jovens e adultos e justamente por isso temos que dar visibilidade ao assunto.
(Brunna Rosa - http://www.revistaforum.com.br/)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O bom Obama, por Italo Gurgel

Quando cessaram os aplausos, Barak Obama pôde ouvir melhor o troar dos canhões nas guerras em que George Bush envolveu seu país. Pôde captar com mais nitidez o barulho das máquinas desacelerando nas indústrias, o clamor dos desempregados, o ranger de dentes dos que especularam na Bolsa e perderam milhões, por conta da crise financeira em que o mesmo Bush mergulhou o planeta. O 44º Presidente dos Estados Unidos vai ter essa sinfonia de horrores como background sonoro, acompanhando todos os seus passos, do Salão Oval aos banheiros da Casa Branca. Jovem e brilhante, inaugurando a figura de um presidente negro no comando da superpotência norte-americana, Obama reúne condições para impor mudanças. Que não serão radicais, isto é certo. Não se espere que os EUA removam as barreiras à importação de produtos brasileiros, que condenem Israel, abdiquem das intervenções militares e suspendam o bloqueio a Cuba. Os tentáculos das megacorporações, as garras do grande capital vão continuar manipulando os cordéis em Washington. Sempre foi assim, independente de quem ocupa o trono: um democrata ou um republicano. O efeito Obama há de se fazer sentir mais pelo que ele representa – uma mudança – do que pelo teor dos decretos que assinar. A crise financeira, com devastadoras consequências na economia mundial, há de arrefecer porque, em grande medida, ela é psicológica, é uma crise de confiança: inicialmente no mercado imobiliário, depois nos bancos, nas bolsas de valores, nas empresas. No fundo, trata-se de uma crise de confiança no próprio sistema capitalista. Muitas vezes, quando a irracionalidade é quem dá as cartas, uma troca no figurino, no cenário, no script, pode fazer grande diferença. Obama é sangue novo nesse teatro. É a figura mais diferente que poderia subir ao palco, o contraste mais forte que se poderia estabelecer com relação a Bush. Basta isso. Eis a mudança que faltava para tranquilizar a nervosa platéia.
Italo Gurgel - Jornalista

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

PARA "ALGUNS" PENSAREM...


Não viva para que a sua presença seja notada,
mas para que a sua falta seja sentida...
(Bob Marley)

Onde há uma vontade, há um caminho": acalanto a Obama por Fatima Oliveira*


"In pectoris" na posse de Obama, carrego um baú de provérbios do seu país natal e dos ancestrais, Quênia e Irlanda, envoltos num dito popular francês: "Não podes fazer uma omelete sem quebrar os ovos"; "Quando estás certo, ninguém se lembra; quando estás errado, ninguém esquece" (irlandês); "Nunca esqueça as lições aprendidas na dor" (africano); "Nós não herdamos esta terra de nossos antepassados; nós a pedimos emprestada de nossas crianças" (queniano); e "Dentro de mim há dois cachorros. Um é cruel e mau, o outro muito bom. Os dois sempre brigam. Ganha aquele que eu alimento mais frequentemente" (norte-americano).
Obama seguirá o provérbio norte-americano: "Ama o teu vizinho, mas não derrube a cerca que separa as vossas casas", implodindo o ar de hipersoberania, imperial e bélica, dos Estados Unidos? Ouviu o ícone Nelson Mandela: "Estamos confiantes de que lutará em toda a parte contra os flagelos da pobreza e da doença?" Espero que, como Abraham Lincoln, só limpe seus próprios sapatos. E está de bom tamanho para o mundo, face à herança maldita que recebe: economia em frangalhos, um sumidouro de milhões de postos de trabalho; um país onde um em cada três negros de 16 a 24 anos está sob algum tipo de supervisão da Justiça criminal; imolação de jovens em guerras injustas; e mais de 40 milhões de pessoas sem cobertura de atenção à saúde. Obama sabe que "onde há uma vontade há um caminho" (norte-americano), pois disse: "Acredito que, na teoria geral, se a mãe é feliz, todo mundo é feliz". Nada simplório. Apenas lição de vida.
A posse de Obama celebra um chamado à união do país contra uma catástrofe econômica e por uma nova moral política. Na liturgia do cargo, refez, em 17.1, com o vice Joe Biden e suas famílias, a viagem de trem de Lincoln da Filadélfia a Washington, onde uma euforia popular os recebeu. Em 18.1, depositaram flores no Túmulo do Soldado Desconhecido, na Virgínia. Em 19.1, feriado de Martin Luther King, reverenciaram o mártir da luta contra o racismo e autor do célebre discurso "Eu tenho um sonho". O "We are one/Obama Fest, no Lincoln Memorial, que durará três dias, com estrelas mundiais da música, abriu as celebrações, em 18.1, com um discurso de Obama. São dez "festas de posse", incluindo o "Kids Inaugural" (das crianças), cujo ápice será o Concerto de Boas Vindas, dia 20, no Lincoln Memorial, antes da posse.
Obama Fest tem aura de conto de carochinha. Estima-se em mais de 2 milhões o público da parada da posse de Barack Hussein Obama, desfile do 44º. presidente dos EUA do Capitólio, sede do Congresso, à Casa Branca, ambos construídos por escravos. Foi em memória deles também que o primeiro presidente negro dos EUA convidou para sua festa quem ousou sonhar e lutou contra o racismo: sobreviventes do Esquadrão 99 (negros pilotos de caça e oficiais de apoio) que conquistaram a proibição da discriminação racial no Exército; e "Os Nove de Little Rock", em 1957, com 14 ou 15 anos, impedidos, por soldados, de entrar na Central High School por ordem do governador do Arkansas. O presidente Eisenhower garantiu, sob escolta de tropas nacionais, a permanência deles na escola. Carlotta Walls, uma das protagonistas, declarou: "Era difícil de lidar, mas não fugimos. Sabíamos que tínhamos o direito de estar ali. Tudo o que queríamos era igualdade no acesso ao melhor ensino e a chance do sonho americano". Eis os signos e o simbolismo do governo Obama.
*Fatima Oliveira, Médica e escritora. É do Conselho Diretor da Comissão de Cidadania e Reprodução e do Conselho da Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe. Indicada ao Prêmio Nobel da paz 2005

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

FELIZ OLHAR NOVO...

O grande barato da vida é olhar pra trás e sentir orgulho da sua história.
O grande lance é viver cada momento como se a receita da felicidade fosse o AQUI e AGORA!
Claro que a vida prega peças.
É lógico que, por vezes, o bolo sola, o pneu fura, chove demais. Mas...
Pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia?
Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussão na ida pro trabalho? Tá certo, eu sei, Polyanna é personagem de ficção, hiena come porcaria e ri, eu sei.
Não quero ser cego, burro ou dissimulado. Quero viver bem.
2008 foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas e realizações, mas também cheio de problemas e desilusões... Normal.
Às vezes se espera demais das pessoas... Normal.

A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou...Normal.
2009 não vai ser diferente.
Muda o século, o milênio muda, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja,mas e aí?

Fazer o quê? Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?
O que eu desejo pra todos nós é sabedoria, é que todos nós saibamos transformar tudo em uma boa experiência!
Que todos consigamos perdoar o desconhecido, o mal educado.

Ele passou na sua vida. Não pode ser responsável por um dia ruim.
Entender o amigo que não merece nossa melhor parte. Se ele decepcionou, passa pra categoria 3, a dos amigos. Ou muda de classe, vira colega.
Além do mais, a gente, provavelmente, também já decepcionou alguém.
O nosso desejo não se realizou? Beleza, não tava na hora, não deveria ser a melhor coisa pra esse momento (me lembro sempre de uma frase que adoro:
'Cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade').
Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano. Não adianta lutar contra isso. Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade,
as coisas ficam diferentes...
Desejo pra todo mundo esse olhar especial.

2009 pode ser um ano especial se nosso olhar for diferente.
Pode ser muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos, e dermos a volta nisso.
Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro.

2009 pode ser o bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, maneiro, especial... Pode ser puro orgulho. Depende de mim! De você! Pode ser. E que seja!!!
"Que a virada do ano não seja somente uma data, mas um momento para repensar tudo o que fizemos e que desejamos, afinal sonhos e desejos podem se tornar realidade somente se fizermos jus e acreditarmos neles!"
(Atribuido a Carlos Drumond de Andrade)
Caraúbas - RN, no Natal de 2008