PARA REFLETIR...

"Eu preferiria ser um fracasso em algo que amo, do que um sucesso em algo que odeio."
(George Burns)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

VIVER E SER FELIZ

Mais um fantástico artigo de Italo Gurgel, publicado no Jornal O Povo, de Fortaleza.

A tribo neoliberal vai torcer o nariz. Vai achar exótico, incompatível com os padrões contábeis da sociedade capitalista. Mas o indicador da ``Felicidade Interna Bruta`` (FIB) vem aí. E vai dar o que falar.
No próximo dia 28, na Universidade Federal do Ceará, um seminário coloca em discussão os Novos Paradigmas de Desenvolvimento. Uma indagação, pelo menos, é pertinente nesta hora: por que o desenvolvimento econômico, medido pelo PIB, não traz às pessoas nenhuma garantia de felicidade? Sociedades altamente desenvolvidas, com um Produto Interno Bruto dez vezes maior que o da maioria dos países periféricos, apresentam altos índices de suicídios, de violência e distúrbios mentais. Esse indicador, pelo visto, não é confiável. Pode até medir o desempenho econômico, mas não traduz o essencial: o bem-estar da população, a promoção dos valores culturais e de um desenvolvimento socioeconômico sustentável e igualitário, o respeito humano, a capacidade das pessoas de fruírem a vida.
Na França, Nicolas Sarkozy anunciou que o Instituto Nacional de Estatísticas vai incorporar às regras contábeis os indicadores de bem-estar. E o Presidente francês não está ``viajando``. Esse novo conceito é sério, porque impõe ao Estado atentar mais para o bem-estar social, priorizar o homem, valorizar o sentimento de realização e outras expressões de felicidade.
Se a FIB for adotada internacionalmente, a França ficará em excelente posição, uma vez que se levarão em conta critérios como a alta qualidade do serviço de saúde, o sistema previdenciário e o direito a férias prolongadas. Já os Estados Unidos despencarão no ranking, por conta de políticas sociais opostas, baseadas numa cega obediência aos ditames capitalistas, que privatizam os serviços essenciais, colocando-os ao alcance de poucos.
O PIB, espelho da ditadura do capital, logo será um índice anacrônico. Já a FIB, esta vem para ficar, porque se reporta ao que mais importa ao ser humano: viver e ser feliz.

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