PARA REFLETIR...

"Eu preferiria ser um fracasso em algo que amo, do que um sucesso em algo que odeio."
(George Burns)

domingo, 5 de setembro de 2010

EDGAR MORIN NA UFRN DIA 17 DE SETEMBRO

Foto: Edison Vara / http://educarparacrescer.abril.com.br
Um dos principais teóricos da complexidade, o francês Edgar Morin, virá a Natal dia 17 de setembro para participar da conferência “O destino da humanidade”, que acontecerá na Praça Cívica do Campus Universitário, às 19h. O evento tem o apoio das secretarias estadual e municipal e contará também com a apresentação da Orquestra Sinfônica da UFRN.

Esta é a segunda reunião que faz parte das atividades da Cátedra Itinerante UNESCO - “Edgar Morin” para o Pensamento Complexo (CIUEM) e está sendo organizada pelo Grupo de Estudos da Complexidade – Grecom da UFRN. A conferência discutirá os desafios e propostas para uma educação do século XXI, reunindo acadêmicos, pedagogos, estudantes da rede pública e privada de educação e demais pessoas que estiverem interessadas.

A Cátedra Itinerante foi criada pela UNESCO para fomentar discussões e programas de intercâmbio que tem por base as idéias de um pensador, no caso Edgar Morin. Segundo a coordenadora da Cátedra no Grecom e uma das organizadoras do evento, Ceiça Almeida, o espaço na UFRN foi o primeiro ponto na América Latina a ser criado desde que a sede foi instalada pelo diretor Raúl Domingo Motta em Buenos Aires, em 2000.

Esta é quarta vez que Edgar Morin vem a Natal. Em maio de 1998, Morin veio pela primeira vez e proferiu a conferência “Amor, poesia e sabedoria”. Um ano depois, Morin voltou a convite da reitoria da UFRN para receber o título de doutor Honoris Causa, passando a fazer parte do corpo docente da Universidade. Neste ano de 2010, vem para a segunda reunião da Cátedra Unesco – CIUEM.

Patrono da Conferência

Edgar Morin nasceu no dia 8 de julho de 1921, na França. Um dos expoentes mais expressivos do pensamento mundial contemporâneo, intelectual que deseja e provoca, sem trégua, o reencontro entre ciência e humanismo, entre a cultura científica e a cultura humanística. Um teórico cujas ideias representam uma síntese aberta, e ao mesmo tempo radical, a respeito do papel social e ético do conhecimento deste século.

Formado em História, Geografia e em Direito, Morin é um pensador inclassificável, múltiplo, um “eterno estudante”. Um pensador que politiza o conhecimento, homem para quem só pode haver "ciência com consciência”, professor que expõe suas incertezas e acredita na “boa utopia”, na reforma da universidade e do ensino fundamental. Um educador para o presente e o futuro.
FONTE: http://www.janeayresouto.com.br

Edgar Morin: “O que foge ao cálculo é a emoção, a vida…”

Li ontem nos arquivos do programa Roda Viva (TV Brasil) uma interessante entrevista do filósofo francês Edgar Morin, acontecida há 8 anos (em 2000). Embora o texto da entrevista esteja transcrito por inteiro, há apenas dois minutos de vídeo. Clique aqui para ler a transcrição completa da entrevista e ao trechinho em vídeo.

Morin ressalta que a economia não pode ser a única solução para a nossa sociedade, pois são inúmeras as atividades do ser humano que não podem ser calculadas. Para Morin, a razão fria só existe nos computadores… até um matemático tem paixão pela matemática.

A economia é baseada em cálculos e tudo que foge ao cálculo é eliminado do pensamento econômico. Isto faz com que, infelizmente ou felizmente… o que foge ao cálculo é a emoção, a vida, o sentimento, a natureza humana.”

Ele fala que, além de sermos Homo Sapiens, somos também Homo Economicus (homem econômico), Homo Demens (homem louco), Homo Faber (homem que fabrica), Homo Ludens (homem lúdico, que brinca), o Homo Poeticus (que faz poesia).

Quanto aos avanços da biologia genética, embora Morin seja a favor, ele chama a atenção para os riscos das descobertas estarem atreladas ao lucro de empresas. Como exemplo, ele cita a multinacional Monsanto, que tem feito esforços para se apropriar da “reprodução” dos grãos de milho e de soja geneticamente modificados.

Outro perigo dessa manipulação genética poderia ser, nos seres humanos, o da Eugenia, que no passado eliminava as pessoas que fossem diferentes daquilo que o Estado estabelecesse como padrão de normalidade.

No que tange à psicologia como um todo, temos aqui a discussão sobre Normal x Anormal. Segundo Morin:

Todos os grandes artistas, Van Gogh, que ficou louco, Nietzsche também… não podemos dizer se eram normais ou loucos. Acho a normalização da vida humana um grande perigo.”

Morin lamenta que hajam tão poucos índios na nossa miscigenação brasileira e afirma “A mestiçagem é criativa”.

Ele fala da complexidade, da concepção complexa das idéias, que as idéias existem, pois podemos morrer por uma idéia, matar ou viver por uma idéia. Elas têm poder sobre nós. Morin insiste em que tenhamos uma visão não-fragmentada e não-separada do mundo.

Morin não vê o humanismo separado da ciência:

Nós precisamos… ou seja, os humanistas têm um moinho, mas ele precisa de grãos. E quem traz o grão são as ciências. A intercomunicação da cultura científica com a humanista é, portanto, importante.”

Ele tem uma idéia muito interessante, a meu ver, sobre a morte. De que o ser humano, quanto mais individualista, mais tem medo de morrer, de que o seu “eu”, seu ser, se perca: “a atomização cria a angústia da morte”. Mas a vida em comunidade é capaz de mobilizar as pessoas à solidariedade, a dar a vida pelas pessoas.

… para viver, é preciso correr o risco da morte”

Quanto à violência, Morin lamenta a barbárie antiga “morte, assassinatos, massacres, ódio, desprezo”, mas lamenta também a “barbárie fria, gelada, técnica, que nossa civilização produziu”.

FONTE: http://claytonseveriano.com.br/?p=75


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