Colegas trabalhadores e trabalhadoras em educação do Estado do Rio Grande do Norte.
“Não há utopia verdadeira fora da tensão entre
a denúncia de um presente tornando-se cada vez mais intolerável
e o anúncio de um futuro a ser criado, construído,
política, estética e eticamente, por nós, mulheres e homens”.
(Paulo Freire).
Não há desejo maior entre nós professores e professoras do Estado do Rio Grande do Norte, que o nosso trabalho junto às nossas salas de aula para prosseguirmos com nossa missão de “lançar no solo fértil do outro – meu aluno, meu companheiro, alguém com quem dialogo saberes, sonhos e valores – a semente que adiante faça germinar em sua inteligência e em seu coração o desejo de partilhar com os outros o diálogo da construção de um mundo de justiça, de igualdade e de liberdade”, como diria Paulo Feire.
Porém, como podemos seguir adiante com a situação imposta a todos nós pela intransigência e inconseqüência do atual governo? Como podemos manter a chama viva da dignidade dentro de nós e de nossa intervenção do chão da escola, sendo tratados como estamos?
Nosso Mestre escrevera em sua Pedagogia da Terra:
“Os profetas não são homens ou mulheres desarrumados, desengonçados, barbudos, cabeludos, sujos, metidos em roupas andrajosas e pegando cajados. Os profetas são aqueles ou aquelas que se molham de tal forma nas águas da sua cultura e da sua história, da cultura e da história do seu povo, dos dominados do seu povo, que conhecem o seu aqui e o seu agora e, por isso, podem prever o amanhã que eles mais do que adivinham, realizam.
Eu diria aos educadores e educadoras, ai daqueles e daquelas que pararem com a sua capacidade de sonhar, de inventar a sua coragem de denunciar e de anunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanhã, o futuro, pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e com o agora, se atrelam a um passado de exploração e de rotina.”
(Pedagogia da Terra. Editora Fundação Petrópolis, São Paulo, 2000)
Meus caros companheiros e minhas caras companheiras, vamos juntos ensinar uma nova lição: aos nossos alunos, como se luta por dignidade; à sociedade que financia nosso trabalho: que vale a pena sonhar; ao governo: que aprendemos os ensinamentos dos Mestres como Paulo Freire, de que merecemos respeito.
A situação é insuportável e a greve é nossa alternativa. Vamos à greve!
Nos veremos na luta e na vitória!
Um forte abraço.
Prof. Marcos Roberto – Marquinhos
Escola Estadual “Sebastião Gurgel” - Caraúbas
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