PARA REFLETIR...

"Eu preferiria ser um fracasso em algo que amo, do que um sucesso em algo que odeio."
(George Burns)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Ecos de Maio de 68

Recebi, as 21h44min, do dia 23 de maio, e-mail do Jornalista e Presidente da Academia Cearense da Língua Portuguesa - ACLP, no qual ele me envia o espetacular artigo que reproduzo na íntegra!

O senador Agripino Maia, das hostes do DEM, representante autêntico das oligarquias potiguares, embaixador do que há de mais atrasado na política nordestina e figura de proa da oposição ao governo Lula, deu com os burros n'água quando atirou pedras no passado da Srª Dilma Roussef. Recebeu da Ministra a resposta acachapante que merecia. E, em rede nacional, amargou o vexame a que fez jus com sua arrogância.

Roussef e Agripino - onde estavam os dois em Maio de 68? Pelo curriculum de um e de outro, pode-se imaginar. Com certeza, trilhavam caminhos diferentes, avançavam em direções opostas. Ela, caminhando contra o vento, contra os poderosos, desafiando a ordem vigente. E pagando caro por isso. Ele, provavelmente, refestelava-se com as benesses do regime militar, do qual sua família era fiel servidora. Preparava-se para ser o Prefeito biônico de Natal, nomeado pela ditadura. E começava a edificar sua fortuna pessoal, auferindo os benefícios e concessões que propicia sentar-se à mesa do Poder.

São muitas as histórias de vida que se cruzam, se chocam ou se harmonizam, nos capítulos da crônica brasileira escritos nesses últimos 40 anos. O embate Agripino x Dilma fez aflorar posturas que delineiam dois lados de um mesmo Brasil e que precisam ser muito bem explorados, desventrados publicamente, a fim de revelar ensinamentos para as novas gerações.

O Brasil de Dilma e o de Agripino vai ser mostrado no Festival UFC de Cultura, que, na próxima semana, ecoará as vozes e os significados de 68. Na Universidade Federal do Ceará, um programa imperdível, tanto para os que viveram os tempos do tacão, como para aqueles que estão sendo chamados a conduzir o País no Século XXI. Nos shows e palestras, nas exibições de filmes e recitais de poesia, vai-se perceber, com toda clareza, que a democracia brasileira não foi construída com os salamaleques dos agripinos diante dos ditadores, mas com o grito de dor e revolta das dilmas torturadas.

Italo Gurgel - Jornalista

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