PARA REFLETIR...

"Eu preferiria ser um fracasso em algo que amo, do que um sucesso em algo que odeio."
(George Burns)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A GRIPE EM HORÁRIO NOBRE...


TENHO O ENORME PRAZER DE COLOCAR A DISPOSIÇÃO DOS(AS) LEITORES(AS) MAIS UM ESPETACULAR ARTIGO DO JORNALISTA CARAUBENSE ÍTALO GURGEL.

A dengue já matou mais de 50 pessoas, este ano, só na Bahia. No País, a taxa de letalidade da doença é seis vezes maior do que a aceitável pela Organização Mundial de Saúde. Você sabia disso? – Nem eu. Só tomei conhecimento depois de pesquisar sobre o tema. Por outro lado, sabemos tudo sobre a gripe suína, que, até agora, tem 15 casos suspeitos no Brasil. E nenhum óbito.
Por que nosso noticiário confere tanto destaque à “influenza”? Pauta obrigatória, sobretudo na TV, o noticiário alarmista assusta a população. Faz lembrar os chiliques da mídia, em janeiro do ano passado, quando os telejornais investiram pesado numa suposta epidemia de febre amarela urbana, gerando histeria coletiva na população, que correu às unidades de saúde, em todo o País, em busca da vacina. Overdoses do imunizante e reações adversas terminaram fazendo mais vítimas do que a própria doença.
Dengue é problema de saúde em países periféricos. Já a gripe suína, que fez seu début no México, logo adentrou o primeiro mundo, provocando espirros nos EUA e Canadá. Além disto, havia interesses em jogo, manobrando para que se mudasse a pauta. O tema da epidemia parecia atender a esse propósito, daí terem as agências de notícia internacionais investido no novo filão, passando a distribuir textos e imagens apropriados.
Apropriados a quê? – Ao intento de desviar a atenção do distinto público, que há um ano vinha sendo obrigado a digerir crise econômica, em todos os horários, diante da telinha. Agora, as megaempresas já se locupletaram com a ajuda generosa dos governos e a cotação das ações já desceu da estratosfera para um patamar menos irreal. É hora, pois, de reaquecer a economia e retomar o crescimento. Como a crise obedece, em grande medida, a fatores psicológicos, basta substituí-la por outro assunto preocupante, que os problemas começam a se resolver.
É o que está acontecendo: defenestra-se a crise; entroniza-se a gripe.
Italo Gurgel - Jornalista
FONTE: http://www.opovo.com.br/opovo/opiniao/881061.html

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