Artigo - O POVOColorindo a Casa Branca
Italo Gurgel, 12 Dez 2008 - 00h10min
A Casa Branca não será mais a mesma, depois que Barack e Michelle Obama receberem as chaves da mansão presidencial. Ela vai introduzir cores na decoração, africanizando os ambientes circunspectos. Ele considera que o famoso “quarto Lincoln” não precisa de TV de plasma – uma pequena biblioteca combina melhor com o grau de requinte e o QI dos visitantes.
Questões menos prosaicas ocuparão a agenda do senador Obama até o dia de sua posse. E nos quatro anos seguintes. A preocupação primeira será salvar o país, que a incompetência do governo republicano lançou no atoleiro da recessão. Em seguida, resgatar Tio Sam das malhas de uma guerra absurda, que já ceifou a vida de mais de 4.000 militares norte-americanos e sorveu 650 bilhões de dólares, desde que os EUA invadiram o Iraque A herança do longo reinado de Bush é amarga lição para a mais poderosa potência do planeta. Bem pior que a derrota no Vietnã, em 1975. O carnê de realizações de Bush é um rosário de tragédias: foi eleito sem a maioria dos votos populares, precipitou a crise energética, abandonou o Tratado de Kyoto, falhou na prevenção aos ataques do 11 de setembro, envolveu-se na guerra do Afeganistão, desrespeitou ponderações da ONU sobre o regime de Saddam Hussein, gerou a pior crise econômica mundial desde os anos 30. Essa desastrosa performance deixa patente o despreparo das forças conservadoras para governar nos tempos modernos. Assentadas no comando da superpotência, suas políticas atrasadas e sua prepotência geraram o a débâcle econômica e a insegurança. Por não saber lidar com fenômenos como a ascensão do radicalismo islâmico, Bush tornou perigoso o próprio fato de ser cidadão norte-americano. A 20 de janeiro próximo, livram-se os EUA do flagelo Bush. Enquanto a Casa Branca se reveste de cores. E de esperanças.
(Italo Gurgel - Jornalista)
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