PARA REFLETIR...

"Eu preferiria ser um fracasso em algo que amo, do que um sucesso em algo que odeio."
(George Burns)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

... E TODOS(AS) PISARAM NO SOLO SAGRADO DE SÃO SEBASTIÃO!


... amanheceu a segunda-feira, dia 21 de janeiro de 2008. O sol rasgava o horizonte com seus raios dourados iluminando a "terra das caraubeiras", "Solo Sagrado de São Sebastião". O carro de som do Café Santa Clara percorria as ruas da bela Caraúbas fazendo homenagens e emocionando a todos(as). Não era mais a voz do "nosso" saudoso Hernesto, mas a atmosfera de paz invandia os lares ao som de canções e mensagens...
Estava confirmado. A Festa de São Sebastião 2008 acabara...

Quem pode ver e estar presente à Procissão do dia 20, viu milhares de fiéis que emocionados e emanados do Espírito Cristão, formavam um verdadeiro exército do Povo de Deus que seguia a imagem do Santo Padroeiro São Sebastião pelas ruas pisando a rocha bruta do calçamento quente, orando, cantando, agradecendo a Deus Pai por mais um momento iluminado em suas vidas.
Sei que alguns se acham no direito de "julgar" (mesmo sem a permissão do Pai Celestial para tal) e chamar de idólatras aos que com fé e determinação fazem seus passos seguirem o andor em procissão. Mas, como citei em minha monografia do curso de Bacharelado em Ciências Sociais, intitulada: "Caboclos de Miranda: tradição e fé no Solo Sagrado de São Sebastião",

Segundo o Monsenhor José Alves Landim, em seu depoimento registrado no trabalho de Raimundo Soares de Brito, intitulado “Duplo Orago[1] em Caraúbas”, com boa dose de ideologia da Igreja Católica, nos revela:
Não somos fetichistas nem idólatras. [...] É sagrada a lei do simbolismo. Queimar incenso no altar dos santos ou enfeita-los de flores e de luzes, é o mesmo que emoldurar o retrato de um pai saudoso e decora-lo de flores e de luzes. O retrato não é o pai nem a imagem é o santo; mas simbolizam antepassados que seria falta desprezar e olvidar. [...] é o amor à tradição, é uma homenagem aos ancestrais. Não há senso idolátrico nesta gente que quer continuar de joelhos diante de um símbolo que seus antepassados veneraram com tanta confiança e zelaram com destemido amor. (BRITO, 1958. p. 73, 74)
[1] Termo utilizado pelo Monsenhor para identificar a imagem – ou às imagens – do Santo em questão: São Sebastião.

A festa de São Sebastião, segundo depoimento do Sr. Jonas Gurgel, na Revista Centenário de Caraúbas:
[...] remonta os anos de “1750 e 1753, quando se foi erigida a capelinha construída por Leandro, a qual sempre teve por Padroeiro o Glorioso Mártir São Sebastião”. Desse tempo em diante, as festas que eram celebradas em honra de São Sebastião foram dando alguma vida ao lugarejo [...]
(BRITO, 1958, p. 126).

É tradição, fé, simbolismo, VIDA. Não há como descrever com palavras o que os nossos olhos presenciaram e nossas emoções sentiram!

Ao chegar à Igreja Matriz, iluminada e linda deu-se início à solenidade oficial de encerramento, comandada pelo Padre Paulo de Paiva Brasil. Com voz emocinada e falha pelo desgaste natural de onze dias, tardes e noites de trabalho e dedicação.

A celebração da Paz não foi apenas um momento ritualístico da Eucaristia. Foi muito mais. Foi um momento de emoção, de paz, de saudosismo criando uma atmosfera nunca antes vivida entre nós!

Ao som da valsa Royal Cinema, nossa banda de música centenária "Mestro Joaquim Amâncio" (sou suspeito por fazer parte dela!!!) nos fez emocionar e bater forte nossos corações e enaltecer a nossa alma! Fez os caraubenses perceberem, em especial os que residem em outras cidades, que a Ciência está errada ao afirmar que o coração serve apenas para pulsar o sangue em nossas veias. Ele faz mais e o encerramento de nossa Festa provou isso! Ele faz nossa emoção pular fora de nosso corpo e se cristalizar no meio de nós em forma de emoção entre lágrimas e sorrisos!

Ao som do Hino Nacional Brasileiro as bandeiras foram arreadas e logo a seguir o céu foi iluminado pelo brilho dos fogos de artifício, que não apenas queimaram pólvora e papel, mas refletiam em parte a sublime beleza do encerramento de uma jornada cristã de paz, amor, solidariedade e tempo novo!

Peço desculpas aos que me lêem agora, pois não consigo expressar com palavras o que meus olhos viram e minhas emoçoes sentiram!

Viva o povo de Deus em Festa, celebrando a Paz!
Deus abençoe a todos nós